Hoje vamos conversar um pouco sobre o papel do pedagogo em espaços não escolares. E o nosso ponto de partida será a Pedagogia Hospitalar — um campo de atuação em crescimento, que alia educação, cuidado e humanização.
O que é Pedagogia Hospitalar?
A Pedagogia Hospitalar é uma prática educacional voltada ao atendimento de crianças e adolescentes hospitalizados, garantindo-lhes o direito à continuidade dos estudos mesmo durante o tratamento de saúde. Sua origem remonta ao período das Guerras Mundiais, quando médicos e profissionais da educação começaram a estruturar as primeiras classes hospitalares para atender estudantes feridos ou com mobilidade comprometida.
No Brasil, esse direito foi reconhecido formalmente a partir da Resolução CNE/CEB nº 2/2001, que estabelece diretrizes para o atendimento escolar em ambientes hospitalares e domiciliares.
A função do pedagogo no ambiente hospitalar
O papel do pedagogo é organizar e desenvolver ações educativas no ambiente hospitalar, respeitando o ritmo, as limitações e os direitos do aluno-paciente. Esse trabalho exige sensibilidade, escuta ativa e articulação com a equipe de saúde.
A atuação pode se dar de várias formas, dependendo das condições clínicas e do tempo de internação. Veja algumas delas:
- Prática multisseriada: Utiliza um espaço no hospital (como a ala pediátrica) para atender simultaneamente alunos de diferentes séries ou ciclos.
- Prática individual no leito: Atendimento personalizado ao aluno em convalescença, respeitando seu estado de saúde.
- Situação de isolamento: Atendimento em ambientes com restrição de contato, como a infectopediatria, exigindo uso de equipamentos de proteção.
- Classe Hospitalar: Espaço estruturado dentro do hospital, voltado a estudantes em tratamento prolongado ou com baixa imunidade.
- Recursos diversos: Inclui brinquedoteca, oficinas, atividades lúdicas, projetos temáticos, ambientação pedagógica e orientação à família.
Panorama atual da Pedagogia Hospitalar
Nos últimos anos, a Pedagogia Hospitalar passou a ser reconhecida como uma prática essencial de inclusão educacional. Além das aulas em hospitais, muitos estudantes em tratamento de longo prazo passaram a ser atendidos também por meio do Atendimento Educacional Domiciliar (AED), vinculado à escola de origem.
Esse tipo de serviço foi especialmente fortalecido após a pandemia da COVID-19, quando questões de isolamento, imunidade e adaptação pedagógica se tornaram mais evidentes.
O uso de tecnologias digitais também tem contribuído para manter o vínculo entre o aluno hospitalizado e seus colegas, ampliando as possibilidades de ensino remoto, videoaulas e projetos colaborativos, mesmo em situação de enfermidade.
Desafios e possibilidades
A atuação do pedagogo hospitalar ainda enfrenta desafios: é preciso formação continuada, apoio institucional e recursos adequados. No entanto, seu papel na construção de uma educação mais humana, sensível e acessível é inegável.
O pedagogo não deve assumir uma postura estanque, mas sim aberta à escuta e à reinvenção, buscando sempre novos saberes e estratégias de cuidado pedagógico.
Ainda há muito a ser descoberto e valorizado na Pedagogia Hospitalar.
Fontes consultadas:
- ANDRADE, Tatiane. As atuações do Pedagogo em Classe Hospitalar. Acesso em 25/03/2001. Disponível em: http://www.webartigos.com/articles/25436/1/As-Atuacoes-do-Pedagogo-em-Classe-
- MATOS, Elizete L. M. & MUGIATTI, Margarida M. T. F. Pedagogia Hospitalar: a humanização integrando educação e saúde. 3ª ed. Petrópolis: Vozes, 2008.
- SILVA, J. M. da C. et al. Pedagogia hospitalar: a educação no leito oferecida às crianças internadas no hospital infantil da zona leste de Manaus. In: Congresso Brasileiro de Educação Especial, 2008.
- BRASIL. Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001. Diretrizes Nacionais para o atendimento educacional hospitalar e domiciliar.
Este post foi atualizado em 31 de julho de 2025
1 Comentários
Vanessa lindaaaaaaaaaaaaaa, passando pra te desejar uma linda e abençoada Páscoa!
ResponderExcluirBeijos.
Faça seus pensamentos presentes! Nunca se cale!!!
Obrigada por comentar!